O surpreendente sucesso de Clair Obscur: Expedition 33 em 2025 está mexendo com os bastidores da indústria de games e, especialmente, com a direção criativa da Square Enix. O RPG por turnos desenvolvido pela Sandfall Interactive não apenas conquistou o público, mas também chamou a atenção de investidores, que agora pressionam a gigante japonesa a retomar seu foco em jogos com batalhas por comando, como nos clássicos Final Fantasy e Dragon Quest.
Embora Final Fantasy continue sendo uma das franquias mais icônicas dos videogames, seus últimos títulos têm apostado em sistemas de combate cada vez mais orientados para a ação em tempo real, abandonando, aos poucos, os turnos tradicionais que marcaram a era de ouro do gênero. Muitos fãs, inclusive, consideram Final Fantasy XII o último a manter uma estrutura com raízes nesse estilo mais estratégico.
Durante uma reunião de acionistas da Square Enix, um investidor chegou a sugerir explicitamente que os futuros Dragon Quest e Final Fantasy retomem o formato por turnos, apontando Expedition 33 como um modelo de sucesso recente. A própria empresa respondeu reconhecendo o impacto do jogo e afirmou que valoriza os RPGs baseados em comandos, considerados “a origem” do legado da desenvolvedora.
“Estamos cientes do sucesso de Expedition 33 e reconhecemos a importância dos RPGs de comando no DNA da Square Enix. Planejamos continuar desenvolvendo jogos nesse formato no futuro”, declarou a empresa, segundo uma tradução do perfil Genki no X (antigo Twitter). A declaração reacende a esperança dos fãs mais antigos de ver um Final Fantasy clássico de volta às raízes.
Vale lembrar que, embora Final Fantasy XVI tenha recebido críticas positivas, o jogo não alcançou as expectativas de vendas da Square Enix. Isso pode indicar que o caminho da ação cinematográfica, apesar de impressionante, não é necessariamente o mais lucrativo ou o que gera mais conexão emocional com o público de longa data da franquia.
O sucesso de Clair Obscur também mostra que o gênero por turnos ainda tem muito fôlego especialmente quando bem executado, com sistemas modernos, visuais impressionantes e uma narrativa envolvente. Para muitos jogadores, os turnos não são um retrocesso, mas uma escolha de design que privilegia estratégia, planejamento e imersão.
Caso a Square decida seguir por esse caminho, o impacto poderá ser profundo não apenas para suas principais franquias, mas também para o mercado como um todo. Um novo Final Fantasy ou Dragon Quest em turnos pode influenciar toda uma nova geração de RPGs a adotarem (ou readotarem) esse estilo, atualmente subestimado em meio a tantas fórmulas de ação.
O momento parece ideal para uma guinada. Se a Square Enix quiser reconquistar o público clássico e ainda atrair novos jogadores com algo diferente da enxurrada de jogos de ação, apostar nos turnos pode ser mais do que nostalgia pode ser uma jogada estratégica de renovação.